Um pouco de Beleza.
O lugar tinha um cheiro doce e bastante incomum. Me lembrava o aroma do Benjoin queimando devagar durante o canto. Todos aqueles nomes sagrados que eu decorei e não sei mais pra que servem. Já não estou mais lá, cercado de imperativos ásperos. Não busco expulsar mais nada, não porto espada nem tampouco um cajado.
Posso sentir a umidade da terra em meus joelhos, o frio atravessando devagar o tecido fino. O vento trazendo e levando aromas, a brisa dançando entre meus cabelos sujos e emaranhados. A atemporalidade de tudo isso quase se tornou insuportável por um momento e lembrei-me de alguns ensinamentos do Sakyamuni.
A Perfeição havia pego-me de surpresa e eu podia quase sentir a força da Unidade nas folhas acima, que desciam, nos grãos abaixo, que formigas carregavam até suas moradas, acima. Enxerguei por um segundo, porém claramente, o inexorável avanço dos fungos no pequeno altar à minha frente.
Satori?
Não pergunte, criança.
Feche os olhos.
1 Comments:
Pseudo-budistas r' us
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