Em algum lugar do oeste americano em1867.

A luz do crepúsculo entrava preguiçosa pelas persianas arruinadas tingindo o quarto de vermelho. Arruinadas também estavam as tábuas do assoalho, boa parte da mobilia e as telhas do teto, pontilhando o chão com círculos luminosos. A poeira dançava devagar nos frágeis pilares de luz, suspensa no ar parado do fim de tarde.

Suas calças estavam pelos joelhos e a violência de seus quadris, em consecutivas colisões úmidas e flácidas, antecipava ranger da cama. O som da folga entre as peças de madeira se sobrepunha aos gemidos inexpressivos de uma menina de pouca sorte, de olhar vidrado no teto.

Flop flop flop. O bruto gemia baixo e rouco, soltando arrotos mau-cheirosos e ia em frente, virando aos goles largos uma garrafa de moonshine vagabundo. Flop flop flop. A carne rubra e molhada, de terrível sensibilidade e a pequena não tinha mais dificuldade pra engolir o choro.

Continuou assim por não mais que 8 minutos, para terminar num urro longo e débil. A pestilência daquele hálito era assustadora. Subiram as peças de roupa que mal tinham sido retiradas e esconderam-se os pelos e partes entumecidas. Com mais meia duzia de movimentos toscos lançou-se à rua, ébrio e faminto, o cliente ruim mas bom pagador. Na cama, ficou a menina de pouca sorte com os olhos ainda mortos e o corpo sujo, a fitar algo à sua frente que não estava lá.