Lembro-me da última vez que me senti assim

Louco

Não daquele jeito legal que acontece quando estamos com os medos e desejos turvados por algum fármaco-benção moderno tão típico da angustiada vida de pós-adolescentes urbanos.

Maluco, pronto pro pinél.

Minha irmã me disse dia desses que eu deveria parar de arrancar os pelos entre as minhas sobrancelhas. (aqueles que formam a monocelha tão característica do meu semblante).

Eu disse que apesar do resultado estético, eu os arranco pelo puro prazer de senti-los saindo, um a um. Nem faço na frente do espelho, faço enquanto estou sentado no meu computador, um pouco por dia, assim quando dá vontade.

Então me olhou de soslaio e disse com um nojinho típico da senhora de toda a verdade do universo conhecido:

“Isso é patológico”.

Ela deve saber, ela é psicóloga.