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Revista virtual do Movimento Pós Contemporaneo

30.10.06

A Terça-Feira

Toda a terça feira me parece a mesma. Nenhuma tende a ser diferente da outra e muito menos melhor. Muitos falam que a segunda feira é pior, mas é porque não pegam um Corsa sem ar-condicionado e vão para Caxias, onde tenho que tocar um restaurante famoso por seu cordeiro assado com molho de ervas. O prato é barato e o PF (Prato Feito) custa 5 reais e cinquenta centavos. O caso é que isso não vem ao caso. O que realmente vem ao caso é que eu tenho que me deslocar todos os dias de São Conrado até Duque de Caxias, um pouco antes do almoço, num calor filha da puta. Faço isso somente as terças, quando um dos meus empregados tem que sair pro outro emprego dele, então chego para assumir o caixa.
Esse maldito restaurante foi herdado de um tio que eu nem conhecia direito e que por ser obeso, morreu de câncer no fígado. Bebia como um porco, comia como um porco e falava como um porco, mas seu caráter era de um rato. Olhava para todas as meninas e tinha sempre um comentário sujo para fazer. "Ei, senta aqui no colinho que sua calcinha vai ficar molhadinha." Essa era sua frase preferida, falava-a e em seguida mandava uma risada, de porco é logico. Até eu sentia um certo asco por isso e quando ele me chamava para sentar no colo do titio, eu sentia aquele bafo de cordeiro cheirando meu cangote, sorte a minha que não foram tantas as vezes que isso aconteceu já que eu só o via no aniversário de vovó. Resumindo, nem pelas meninas de família ele tinha respeito. Mas uma qualidade ele tinha, sabia cozinhar, apesar de não compensar o bafo que tinha e nem as sacanagens que falava.
Mas isso também não vem ao caso. O que quero contar é que numa terça feira dessas, mas precisamente na primeira terça feira de Maio, eu estava dirigindo meu carro e chovia a cântaros. Como sempre eu estava pegando meu caminho, naquele tédio, pensando nas minhas cobertas e nem me dei conta de olhar o painel. Por distração, coisa normal da minha pessoa, esqueci de colocar gasolina e o marcador já estava na reserva e me encontrava exatamente no começo da linha vermelha, onde não há nenhum sinal de posto de gasolina. Andei mais uns 500 metros e não deu outra, meu carro parou.
Desesperada comecei a orar. Era uma atéia das mais crédulas na razão humana, confiava cegamente na ciência. "Se você pular, eu pulo." Era assim que me sentia em relação a comunidade científica, porém naquela tarde chuvosa tendo que chegar no restaurante, antes que minha equipe ficasse com muito trabalho e tivesse que se desdobrar, algo me fez rezar muito para o Senhor. Chorando rezei a Ave Maria, o Pai Nosso e todas as rezas que sabia de criança, mas nunca havia praticado por ser teimosa. Chorava e rezava, pedia ao Pai que me ajudasse, pois aquela era uma situação extremamente constrangedora, todos passavam na rua e me olhavam com um tom de reprovação.
Então senti a primeira vibração, a primeira conexão entre Deus e o mundo real. Sentia meu corpo pulsar e uma energia enorme emanar dele. Era Ele. Então, como num impulso de coração, ouvindo as preces do Senhor, coloquei minha mão ao volante e resolvi ligar o carro. Ligou, mas até aí nada demais, a bateria ainda não havia acabado. Tinha fé e tinha a ajuda de Deus, então com toda a confiança coloquei meu pé no acelerador e passei a primeira marcha. O carro começara a andar e eu sentia que o combustivel dele não era só a gasolina, mas a energia divina. Era Deus, pai de Jesus Cristo, o salvador, a pessoa que se sacrificou por nós. Era Ele, somente ele que me guiava e guiava meu carro e com um sorriso no rosto e algumas lágrimas nos olhos segui com fé o meu caminho até o posto de gasolina mais próximo.
Chegando no posto abasteci, enchi o tanque e segui rumo à Caxias. Nunca havia presencionado um milagre desses e por mais que houvesse presenciado, estava cego pelos valores terrenos. Acreditava na ciência como se essa fosse capaz de me curar e após uma terça feira que tinha tudo para ser comum, descobri que a ciência estava errada. "Sem gasolina seu carro não anda." Era o que provavelmente qualquer físico cético falaria, mas aquilo não me importava, eu tinha fé que com Jesus Cristo eu estava salva de tudo. Agora, na ciência eu não mais acredito e peço a vocês que tem outras religiões ou são ateus como eu era, para que abracem Jesus Cristo e deem de coração seu corpo e sua alma, se entreguem com paixão pois é nele que vocês vão encontrar toda a paz e poderão se refugiar quando estiverem se sentindo mais carentes de afeto, amor e companhia. Depois daquele dia, mostro a todos como apesar de teimosa e cabeça fechada, Deus me tomou como filha e foi bondoso comigo. Parece uma frase meio clichê, mas é uma realidade: Deus é nosso senhor e nada nos faltará. Fiquem com o Senhor e que Ele os proteja.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Carola!

10:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

putz, e eu lí tudo.

11:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

muito ruim cara, esses ctrl c ctrl v tão começando a me irritar

12:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nao acho nem q seja um crtl c crtl v autentico
acho q eh um outro estilo de crtl c crtl v, daqueles q vc tira um paragrafo de cada site... hahahaahhahahahhaa

5:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

terça feira é o pior dia da semana!

7:06 da tarde  

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